Os três dias de festival à beira-Tejo não viveram, obviamente, apenas do concerto dos
New Order.
Sexta feira: emprego oblige, só cheguei ao
Parque do Tejo a tempo de apanhar o final do concerto dos
Incubus e não perdi nada: a pergunta / comentário feita por alguém alguns metros ao lado da mesa de som:
"Qu'é esta merda?" define o que ainda vi/ouvi na perfeição. Os protugueses
The Temple têm energia para dar e vender mas bem podiam arranjar um técnico de som competente e os igualmente portugueses
Blasted Mechanism fizeram o habitual: um concerto competente [pergunto-me sempre o que seria desta banda sem o aparato visual...]. Os
System of a Down foram esmagadores e até eu fiquei rendido. Os
The Prodigy foram uma desilusão. Para
Metal havia o dia de domingo e gente mais competente para o fazer...
Sábado: no palco dos "tugas" [como vários músicos portugueses disseram...] foi tudo demasiado fraquinho.
Blend,
Easyway e
Fonzie são absolutamente vácuos e inofensivos.
Boss AC é um rapper chateado com o mundo e o sistema que aborrece em vez de incendiar espiritos e
Expensive Soul Jaguar Band foi uma razoável banda sonora para acompanhar o "jantar". Antes dos
New Order tocaram os seus clones de Alcobaça [cujo nome me recuso a pronunciar e/ou escrever] e depois a grande fraude nacional que dá pelo nome de
The Gift. Salvem-nos d[est]a música portuguesa! No palco principal, uns tais de
Flipsyde tocaram o que pareceu uma eternidade, os
Turbonegro foram divertidos Q.B., os
The Hives petulantes e por vezes deliciosos, os
Black Eyed Peas foram o sucesso que se esperava entre os adolescentes [e crianças com menos de 10 aninhos...], os
New Order ditaram a sua lei e afastei-me para bem longe quando
Moby começou o seu concerto.
Domingo: dia de pesos pesados. Pelo palco principal passaram
Wednesday 13 que não aquecem nem arrefecem [e bem podem dizer fuck as vezes que quiserem que isso já não choca ninguém...],
Mastodon [som muito confuso, demasiado alto e distorcido - e isto noutras circuntsâncias poderia ser um elogio...],
Slayer [a mostrar que são provavelmente a mais letal banda de
Metal ao vivo - devastadores],
Iggy & The Stogges [iguais a si próprios: barulho, muito barulho, provaram mais umavez porque são unanimente considerados os avós de todo o
punk rock],
Audioslave [a nova coqueluche da música dita alternativa - passei ao lado] e
Marilyn Manson [não me dei ao trabalho...]. Pelo palco patrocinado pela Antena 3 e pela Worten [o dos "tugas"] passaram
More Than A Thousand [ao longe, muito ao longe], os sempre enérgicos
Ramp [quando deixarão de lado a conversa sobre o orgulho pátrio? Ninguém é melhor ou pior só porque é português...], os
Bunnyranch e os
Wray Gunn [grandes líderes do
rock'n'roll à moda do Mondego] e os
Blind Zero [que já não vi].
Balanço final: não fossem os concertos de
New Order,
Slayer e
System of a Down [e pouco mais] e este
Super Bock Super Rock teria sido, musicalmente, um fiasco monumental.