terça-feira, dezembro 30, 2003

E lá vão mais dois...


Mais dois estádios para o Euro2004 inaugurados hoje. O de Braga está neste momento a ser estreado.
O outro, o do Bessa estreou a sua última bancada há algumas horas. Aliás, o "estádio Major Valentim Loureiro" (como um dia se há-de chamar...) deve ser o mais inaugurado estádio do país (pelo menos 5 vezes já ele foi inaugurado, sem contar com a inauguração da estátua da pantera negra, claro...).
Devo ter andado muito distraido nestes últimos dias: é que não me apercebi de grandes broncas & trapalhadas com estas inaugurações (para além do já habitual, ou seja, pelo menos no estádio bracarense as obras ainda não estão todas concluidas)
E parece que já estão todos.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Algo de estranho se passa com o servidor no onde A Coluna aloja as suas imagens. Não devem gostar de nós: é que, volta não volta, as imagens estão indisponíveis. Está muito bem que o serviço é gratuito, mas também não é caso para terem tão má qualidade de serviço...

Os blogues e a Língua Portuguesa

Claro que o Brasil contribui com a maior parte, mas dá gosto ver que a segunda língua mais "falada" na blogoesfera é, segundo o Nile Weblog Census, o Português com 74460 blogues.
Já agora, não resisto: depois de as caravelas do Infante terem dominado o mundo, é agora tempo dos blogue-maníacos de Língua Portuguesa disputarem o domínio deste mundo com os de Língua Inglesa que, por acaso (?!!!), levam um bom avanço (1038864).

domingo, dezembro 28, 2003

Sem título [ou talvez sim]

... moi non plus




A hand-me-down dress

A blackened shroud, a hand-me-down gown
Of rags and silks — a costume
Fit for one who sits and cries
For all tomorrow's parties...

sábado, dezembro 27, 2003

Random thoughts

Estava agora aqui a pensar em televisões, sabonetes, candidatos presidenciais, publicidade, televisões, sabonetes, vendas. Mas não percebo a ligação entre estas coisas...

Candidate-se homem, não se acanhe!

Ora aqui está uma boa ideia: o Professor Marcelo Rebelo de Sousa admite candidatar-se às próximas eleições presidenciais. Parece que já estou a ver a douta personagem no cargo presidencial a recomendar à população a leitura dos 2 348 livros que ele próprio lê semanalmente. Em directo do Palácio de Belém e num exclusivo TVI, obviamente.

Terei ouvido bem?

Ouve-se e não se acredita. O Irão aceita toda e qualquer ajuda internacional na sequência do devastador terramoto que fez milhares de vitimas naquele país. Mas - até nestas histórias há um mas? - rejeita qualquer auxílio humanitário da parte de Israel. Sempre pensei que antes de sermos muçulmanos, hindus, cristãos ou seja lá o que for, fossemos todos seres humanos. Afinal estava enganado.
Devo ter ouvido mal, com certeza. Ou então foram os jornalistas da TSF que não perceberam bem.

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Um feliz Natal (?!)

Estatísticas Rodoviárias

RESUMO DE SINISTRALIDADE
(DADOS PROVISÓRIOS)


24 e 25 de Dezembro: Acidentes - 550; Mortos - 8; Feridos Graves - 24; Feridos Ligeiros - 142

(Fonte: Guarda Nacional Republicana)



Não acontece só aos "outros", e quando acontece aos "outros" convém lembrar que os "outros" não são números, são nomes, rostos, vidas.

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Inveja (que coisa tão feia nesta altura do ano...)

Ah, tivesse eu o dom da palavra e o que teria escrito sobre o Natal seria algo de parecido com o que este senhor escreveu:

"HAPPY CHRISTMAS: Why not the anglicism? Now that Christmas is at our throats again, let me extend my sincere hope that my readers can survive the nightmare of the next few days with as little psychic, gastro-intestinal, and familial anxiety as possible. Yes, I might as well confess that I cannot stand this time of year. [...] But the BF and the beagle and I have both LOTR DVDs and are planning a nine-hour Tolkien marathon with cigars and Jagermeister shots and a pig ear. I guess diversity is everything. Hang in there. Don't despair. It will all be over soon enough [...]"

Bem, talvez tivesse substituido os Jagermeister shots por Bushmills...

Em teoria...

«Theoretically there is a perfect possibility of happiness:

believing in the indestructible element in oneself and not striving towards it.»

It seemed appropriate...

All tomorrow's parties
(Lou Reed/ The Velvet Underground)

And what costume shall the poor girl wear
To all tomorrow's parties ?
A hand-me-down dress from who knows where
To all tomorrow's parties.
And where will she go, and what shall she do
When midnight comes around ?
She'll turn once more to Sunday's clown
And cry behind the door.

And what costume shall the poor girl wear
To all tomorrow's parties ?
Why silks and linens of yesterday's gowns
To all tomorrow's parties.
And what will she do with Thursday's rags
When Monday comes around ?
She'll turn once more to Sunday's clown
And cry behind the door.

And what costume shall the poor girl wear
To all tomorrow's parties ?
For Thursday's child is Sunday's clown
For whom none will go mourning.
A blackened shroud, a hand-me-down gown
Of rags and silks — a costume
Fit for one who sits and cries
For all tomorrow's parties.


A voz de Nico, o Anjo Azul.

terça-feira, dezembro 23, 2003

Fantasporto 2004

Felizmente que outras iniciativas, contra ventos e marés, resistem. Como o Fantasporto, por exemplo. Sim, porque não é só o futebol que nos projecta, e às vezes muito mal, além-fronteiras...

Às vezes penso que ainda haverá esperança para este país.

Coimbra

Com a Coimbra, Capital Nacional da Cultura a chegar ao fim, ouvi, ontem, o ministro da Cultura, Pedro Roseta, falar num "balanço muito positivo" desta iniciativa para, logo de seguida, afirmar que ainda não se sabe se a mesma se irá repetir.

Estranho: então se foi positivo, porque não dar continuidade à ideia? A CNC poderá ter tido os seus defeitos, problemas e polémicas, mas a verdade é que, durante um ano, Coimbra voltou a respirar cultura, acolhendo espectáculos vários, cinema, teatro, concertos e exposições de grande qualidade. É que, desculpem lá, mas aquilo que de mais importante aconteceu durante o último ano em Coimbra não foi a inauguração do renovado Estádio Municipal e muito menos a contestação às propinas, mas sim a CNC. Não se poderia fazer o mesmo com outras cidades?

Curiosidade mínima

Sempre quero ver os argumentos dos habituais defensores de Durão & Portas (e de Bagão Félix, já agora) sobre a actualização do salário mínimo nacional. Foi, no mínimo, um aumento... mínimo: 30 cêntimos por dia. Nada mau: pelas minhas contas 400 mil trabalhadores (*) poderão passar a comprar mais três carcaças por dia a partir de Janeiro.

(*) Segundo o ministro da Segurança Social e do Trabalho, há 400 mil trabalhadores em Portugal a auferir o salário mínimo nacional.

Heróis da classe operária

Às vezes dá-me para isto...

Working Class Hero (John Lennon)

Especialmente, para não dizer exclusivamente, na voz de Marianne Faithfull.


As soon as you're born they make you feel small
By giving you no time instead of it all
Till the pain is so big you feel nothing at all.
A working class hero is something to be.

They hurt you at home and they hit you at school,
They hate you if you're clever and they despise a fool
Till you're so fucking crazy you can't follow their rules.
A working class hero is something to be.

When they've tortured and scared you for twenty odd years
Then they expect you to pick a career
But you really can't function you're so full of fear of fear
A working class hero is something to be.

Keep you doped with religion and sex and TV
TV TV TV
And you think you're so clever and classless and free
But you're still fucking peasants as far as I can see.
A working class hero is something to be.

There's room at the top they are telling you still,
But first you must learn how to smile as you kill
If you want to live like the folks on the hill.
A working class hero is something to be.

segunda-feira, dezembro 22, 2003

Mudanças

Ficar-me-ia bem citar Camões a propósito das mudanças aqui d' A Coluna, mas não me apetece. Assim como me apeteceu mudar-lhe o aspecto e acrescentar-lhe links à direita (ainda muito incompletos). De qualquer modo, como dizia no primeiro post, " este Blog é meu e só meu..." Ok, a citação completa é "O futuro a Deus pertence (e sai mais um clichet pra mesa do canto, s.f.f.), mas este Blog é meu e só meu... e de quem mais o quiser partilhar!"

Emigrar poderá ser uma boa solução...

O ano de 2003 está a chegar ao fim (olha a novidade) e o de 2004, que ainda nem começou (outra...), promete ser um annus horribilis em Portugal, pardon my Latin... Como se não bastasse a histeria que se vai instalar por todo o país por alturas do Euro 2004 ou os nomes avançados (Guns'n'Roses, Sting, Alejandro Sanz, Rui Veloso!) para o festival Rock in Rio-Lisboa, agora só nos faltava que este gajo também resolvesse dar um da sua graça! Se estas - e outras - desgraças anunciadas realmente se concretizam, o melhor mesmo será emigrar.

domingo, dezembro 21, 2003

Casa Branca

Muito recomendável: The White House. Fui lá ter através de um post no Mel de Lama. Esta é apenas uma das suas iniciativas patrióticas:


Esta é outra das iniciativas:

Não aconselhável a pessoas sem sentido de humor ou defensores empedernidos de George W. Bush e da sua trupe republicana...

The best of British blogging

Pelo segundo ano o The Guardian atribuiu os seus prémios para os melhores blogues britânicos. Premiados nas diversas categorias: The Big Smoker, nyclondon.com, Max Munton, Pepys' Diary, Belle de Jour e LinkMachineGo.

Estas coisas valem o que valem (um bom lugar-comum cai sempre bem), mas há coisas entre os premiados que valem bem a pena.

Pesquisas...

Nos últimos dias vieram aqui parar cibernautas em busca de:

"roger vilarinho foda"
"quantos são os imigrantes em Portugal"
"raleiras libertado"
"valentim loureiro"
"blog victor hugo salgado"
"shots tgv"
"concerto rolling stones em coimbra"
"Sérgio Godinho este é o primeiro dia do resto da tua vida"

As coisas que se buscam na Internet!... Espantoso, sem dúvida. Mais espantoso ainda é o facto de A Coluna ter, de facto, abordado qualquer dos temas e personagens acima mencionados. E ainda há quem nos leia???

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Eu cá gosto mais de robalo

Confesso que uma bela posta de cherne, bem preparada, bem temperada, servida com o acompanhamento certo me seduz. Já enguia não é coisa que me fascine, agora um bom robalo grelhado... Absolutamente imbatível.
Vem esta divagação gastronómico-maritima a propósito do nosso primeiro (ministro, claro). É que, segundo Francisco Louçã no debate mensal na Assembleia da República que teve lugar esta tarde, afinal não somos governados por um cherne, mas sim por uma enguia. Cherne ou enguia, o país parece neste momento estar com uma valente indigestão.
Sinceramente, começo a ficar farto destas metáforas envolvendo peixes, sejam eles do mar ou do rio...

Doidos à solta - parte III (a saga continua)

«O primeiro-ministro admitiu quinta-feira que o referendo europeu "perdeu pertinência e urgência" com o fracasso da última cimeira de Bruxelas [...]»

«Durão Barroso escolheu o tema Europa para o debate mensal na Assembleia da República [...] Em matéria europeia, o primeiro-ministro procurou desdramatizar o falhanço das negociações para a adopção de uma Constituição europeia, na cimeira do passado fim-de-semana de chefes de Estado e do Governo, em Bruxelas. Questionado pelo secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, sobre "se teimava em realizar um referendo" a 13 de Junho, em simultâneo com as eleições europeias, Durão Barroso reconheceu que essa consulta "perdeu urgência e pertinência"»

(18-12-2003 20:55:00 GMT . Fonte LUSA. Notícia SIR-5694800)

Afinal em que é que ficamos? O referendo é para se realizar ou não, Sr. José Manuel?

A Justiça? Quem diria!...

Teve hoje início e prolonga-se até ao próximo Domingo o Congresso da Justiça. Neste congresso estão reunidos representantes de todos os protagonistas da Justiça (à excepção, creio, das vítimas do desgraçado sistema de Justiça que temos), dos juízes aos advogados, do Ministério Público aos solicitadores, passando pelos funcionários judiciais (e não sei se também pelo pessoal de limpeza dos tribunais...).

Ora nem de propósito, a TSF, para assinalar condignamente este magno evento, resolveu divulgar um estudo segundo o qual o mau funcionamento do nosso sistema judicial prejudica gravemente a saúde da economia portuguesa. Já consigo imaginar gigantescos painéis à porta dos tribunais lusos advertindo para este facto. Qualquer coisa do género: "Não prejudique as crianças, não as obrigue a contactar com o sistema de justiça português".

quarta-feira, dezembro 17, 2003

Há dúvidas...

... de que quem comanda ideologicamente a coligação governamental é o CDS/PP (Paulo Portas) e não o PSD? E atenção, que isto até é, em certo (perverso) sentido, um elogio: até dou de barato que qualquer um dos dois partidos tenha uma linha ideológica...

Doidos à solta, parte II (e quer-me parecer que a procissão ainda mal saiu do adro...)

Depois de alguns eurodeputados do PSD e do CDS se terem manifestado contra a realização de um referendo (que os seus chefes continuam a defender), continua a confusão nos mesmos partidos, com uns dirigentes a defenderem a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez e outros (Guilherme Silva e Luís Nobre Guedes, por exemplo) a defenderem que tudo se mantenha exactamente na mesma (não percebi o que pensam dos milhares de mulheres que todos os anos dão entrada nos hospitais públicos vítimas de complicações relaccionadas com abortos praticados em condições precárias...). Como se tudo isto não fosse já suficiente, hoje vem a JSD manifestar-se contra as posições publicamente assumidas pela ministra da Justiça relativamente às salas de injecção assistida, vulgo salas de chuto.
Cá para mim, tudo isto é uma conspiração para entalar o duo dinâmico (Portas & Durão) e o desviar dos seus altíssimos desígnios... Ou então andam todos doidos. Tss... tsss... tsss...

Pai Natal dá emprego a funcionários públicos portugueses...


Pelo menos é isso que se pode concluir deste cartoon de Calvin & Hobbes (do genial Bill Waterson), ou é essa a conclusão a que Calvin chega: "precários, sub-remunerados e sem preparação, que arquivaram mal" parece-me uma boa descrição daquilo que se passa na Administração Pública portuguesa.

terça-feira, dezembro 16, 2003

Não dá para resistir


Público, 16-12-2003

Petroleiro? Qual petroleiro?

Não percebi muito bem o motivo de tanta preocupação com um petroleiro russo de casco único que está a passar (ou passou) ao largo da costa portuguesa. Nem percebi porque mandaram um navio da Marinha Portuguesa monitorizar a sua rota. Então, não estamos protegidos pela Nossa Senhora contra marés negras? Então não foi Ela quem impediu que a maré negra do Prestige cá chegasse? Oh, gentes de pouca fé...

Doidos à solta

Mas anda tudo doido?! Diz aqui que há eurodeputados do PSD e do PP que, contrariando a opinião do governo português (de coligação PSD / PP, caso não tenham ainda reparado...), se opõem à realização de um referendo sobre a integração europeia no dia 13 de Junho. Já não bastava que os deputados (euro ou não) da oposição se opusessem (afinal é esse o seu papel, não é? (Quer dizer, oporem-se, serem do contra), agora que os deputados (euro) do PSD e do PP arranjem sarilhos aos doutores Durão e Portas, isso já me parece intolerável. Era mesmo só o que faltava! Depois não venham queixar-se da ineficácia do duo dinâmico (Durão & Portas, ainda que não necessariamente por esta ordem) que gere os destinos de Portugal... É que se eles têm que se preocupar com estas questões, como podem ocupar-se dos reais problemas do país?

Agora um pouco mais a sério, razão tem José Pacheco Pereira: "Não tem sentido um referendo agora, só tem sentido depois da aprovação da Constituição [...]". Claro que pelo andar da carruagem, essa Constituição ainda vem longe, muito longe...

domingo, dezembro 14, 2003

Será?

O pessoal daqui descobriu que afinal não se trata de Saddam Hussein o homem que foi capturado no Iraque - é o Pai Natal...

Um mundo mais seguro

George W. Bush pode finalmente anunciar a captura de Saddam Hussein. Já não era sem tempo. Obviamente isto não significa o fim da violência no Iraque e, ainda menos, no Médio Oriente. Nem sequer no resto do mundo. O terrorismo internacional e a A Al Qaeda em particular continuam a ser uma ameaça, israelitas e palestinianos insistem em não encontrar outro meio de comunicação que não seja a violência e a Coreia do Norte mantém o seu programa nuclear.

P.S.: oxalá seja mesmo o Saddam e não um dos 4.976 sósias que o homem tinha espalhados pelo Iraque...

Já agora: então e as armas de destruição massiva, onde estão?...

sábado, dezembro 13, 2003

Porque será que não estou surpreendido?

Cimeira da UE fracassa por "total desacordo" sobre sistema de votos - é o título de uma notícia colocada online na Lusa Agência de Notícias às 18h08. Qual é a surpresa? Alguém esperava, sinceramente, que os líderes europeus chegassem a um acordo sobre a futura, e hipotética, Constituição europeia?

A reunião de chefes de Estado e de governo dos 25 (15 Estados-membros, mais 10 países que irão aderir em Maio de 2004) foi portanto um fracasso (na perspectiva deles). Pela parte que me toca, não estou nem surpreendido nem, principalmente, decepcionado. Não acredito nesta Europa que alguns querem construir, não acredito numa Europa federal - para qual uma hipotética Constituição seria mais um passo - e, fundamentalmente, não acredito nos "líderes europeus", chamem-se eles Barroso, Aznar, Chirac, Berlusconi, Schroeder, Blair ou Zé da Silva. Aliás, não acredito, sequer, que qualquer um dos chefes de Estado e de governo que actualmente dirigem a Europa seja, de facto, um líder.
Resumindo, esta Cimeira da União Europeia foi, pessoalmente, um sucesso.

Sangue no asfalto (II)

Porquê este colectivo suicídio nas estradas nacionais?

SANGUE NO ASFALTO

[Adolfo Luxúria Canibal / Adolfo Luxúria Canibal - Zé dos Eclipses - Miguel Pedro - Pedro Maia]


Atravesso a azul noite da solidão
Envolto em ténues irradiações de pura emoção
Corpos desprendem gemidos mutilados
Em excêntricas posições espalhados
Pedaços de chapa
Vidros escacados
E um mundo de sensações
Medo, horror
Fundem-se num sensual cheiro a morte e dor
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Percorro ansioso os destroços no alcatrão
Abrasado em palpitações de pura paixão
Segurando um crâneo já estilhaçado,
No escuro de dois chorões agachado,
Nutre-se de miolos o deus desnudado
Solto algumas imprecações contra o ladrão
E procuro outra azul noite - solidão
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto
Atravesso a azul noite da solidão
Envolto em ténues irradiações de pura emoção
Corpos desprendem gemidos mutilados
Em excêntricas posições espalhados
Pedaços de chapa
Vidros escacados
E um mundo de sensações
Medo, horror
Fundem-se num sensual cheiro a morte e dor
Sangue no asfalto
Sangue no asfalto

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Blasfémia (and now for something completely different)

Já não me recordo exactamente onde, mas vi, algures, alguém recomendar Life of Brian dos desbragados Monthy Python como um bom filme para este Natal. Blasfémia!!! Life of Brian?! Isso deve dar direito a um bilhete só de ida para o Inferno!
Excelente recomendação, por sinal...

Já agora, acrescento o Dogma...

Nada como umas boas gargalhadas à custa de dogmas e do sagrado, digo eu...

Ai, o ensino superior...

Este governo, decididamente, não se dá bem com o ensino superior. Primeiro as trapalhadas do ministro Portas com a Universidade Moderna, depois a contestação ao aumento das propinas e mais a cunha para a filha do ministro Martins da Cruz e agora as suspeitas de favorecimento à Universidade Lusíada.
Citando Moita Carrasco, é caso para perguntar: "Que mais irá me acontecer?" (os mais novos não perceberão esta... desculpem lá).

Privadas

Bom dia! Como está?

Quer que lhe diga as horas?...

E lume, não quer?

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Com um sorriso nos lábios...

A Marinha Portuguesa tem um programa de combate (ou de prevenção, não percebi bem...) à toxicodependência e ao alcoolismo, mas a notícia do Público nem era bem essa. O que eles - do Público - destacaram foi o facto de cerca de 19% dos herdeiros do Infante D. Henrique, de Vasco da Gama e da restante elite náutica portuguesa (sem esquecer os desgraçados que constituiam as tripulações das caravelas) consumirem drogas, principalmente as designadas drogas leves, basicamente charritos, que é como quem diz "cigarrinhos para rir".
Acho mal que a Marinha lusa ande a tentar evitar que os nossos marujos andem sorridentes a bordo das nossas corvetas, fragatas e outras coisas mais. Qual é o problema? Não gostam de alegria no trabalho? Deixem lá a rapaziada fumar a sua ganzinha em paz e sossego (tradução livre e espontânea de peace and love...).
E já agora, a Marinha que tem um navio-escola (navio-ESCOLA, note-se) chamado Sagres, certamente em homenagem à famosa cerveja que patrocina, nomeadamente, a selecção nacional de futebol, tem um programa contra o consumo de álcool? Tsss... Tsss...

R!R

Rir poderá não ser o melhor remédio para tudo, mas é certamente um bom remédio para muitas maleitas...



A decorrer em diversos locais de Lisboa desde a passada sexta-feira e até 14 deste mesmo mês o Festival Internacional de Humor de Lisboa. Se puderem por lá passar, aproveitem e... riam! Sorriam, pelo menos...

segunda-feira, dezembro 08, 2003

A telefonia

Gosto de ouvir rádio. Sempre gostei. Desde que me lembro que ouço rádio. Boa parte da minha "educação musical" devo-a à rádio e alguns grandes radialistas portugueses. No tempo em que não escudos para comprar discos, que era o mesmo tempo em que as novidades discográficas ou não chegavam cá ou chegavam a preços proibitivos, era a rádio que me salvava e me dava a conhecer o que se passava no mundo dos discos.
António Sérgio, Ricardo Saló, Jaime Fernandes, Anibal Cabrita, José Duarte ou Francisco Amaral (para citar apenas alguns, de memória) foram alguns dos meus "professores".
Mais tarde, devo algumas outras descobertas à RUC ou à XFM.

Vem este arrazoado (ainda) a propósito da morte da TSF. É que não me conformo. Para além da informação, a TSF pautava-se pelo bom-gosto na sua selecção musical. Até que Rangel e Fragoso tomaram conta da casa e a destruiram completamente. Whitesnake? João Pedro Pais? Delfins? Elton John? Phil Collins? F***-se!...

sábado, dezembro 06, 2003

Amuos

Manuel Monteiro, essa proeminente figura da democracia portuguesa e líder da Nova Democracia, anda um pouco em baixo. Parece que o Primeiro Ministro, outra insigne figura da democracia portuguesa e antigo revolucionário do MRPP, ainda não respondeu a um pedido de audiência que o novíssimo partido de Monteiro lhe dirigiu. Acha Monteiro que o PM terá medo de o receber ou, então, que está proibido dentro do próprio Governo de o fazer. Cá para mim, José Manuel está só a jogar pelo seguro: quem é que tem paciência para aturar Monteiro? E o que poderá Monteiro querer dizer a José Manuel? Que no seu (dele, de Monteiro, claro) não há suspeitos de pedofilia, graças a Deus? Além de que, o nosso Primeiro anda demasiado ocupado a preparar declarações de aopio a George W. Bush, algo infinitamente mais importante para o nosso destino colectivo do que receber Manuel Monteiro. Não amue, sr. Doutor Monteiro.

P.S.: por acaso até acho que qualquer coisa é infinitamente mais interessante do que receber, falar com ou ouvir Monteiro... Aliás, considero o tempo que gastei com este post uma completa perda de tempo e hei-de penitenciar-me por isso... Perdão.

quinta-feira, dezembro 04, 2003

Memórias

No écran da televisão a preto e branco surgiu, subitamente, o símbolo da RTP interrompendo o programa que a família via. Longos minutos se passaram e nada. As interrupções eram, naquele tempo, relativamente frequentes (era até famosa uma frase, qualquer coisa como "senhores telespectadores, pedimos desculpa por esta interrupção, a emissão segue dentro de momentos"). Naquela noite, após o jantar, não se tratava de uma qualquer avaria técnica.
Tão subitamente como o símbolo da RTP, apareceu no écran alguém que largou a notícia-choque: o Primeiro-Ministro havia sofrido um "desastre de avião", desastre que rapidamente se transformou em "acidente".
O avião em que seguia Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, então ministro da Defesa Nacional, a respectiva comitiva e a tripulação de um pequeno Cesna despenhara-se em Camarate e todos os passageiros e tripulantes haviam morrido.
Foi há mais de vinte anos e ainda hoje não há uma explicação suficientemente cabal, credível, para aquilo que sucedeu naquele bairro de Lisboa na noite de 4 de Dezembro de 1980.
Um país que aceita tão placidamente que um Primeiro Ministro e um ministro da Defesa morram em circunstâncias tão nebulosas, será verdadeiramente um país?

quarta-feira, dezembro 03, 2003

Quase 3 000

Claro que 3 000 é um número irrelevante se comparado com os milhares de visitas diárias de outros blogues nacionais, mas de qualquer maneira dá uma certa satisfação.

Coluna Vertebral
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É claro que uns quantos daqueles que por aqui aparecem andavam na internet à procura de informações sobre a coluna vertebral, mesmo. Mas também cá vieram cair outros em busca de "engarrafamentos no IC19", das "bilheteiras do estádio de coimbra", da "universidade moderna" e do Braga Gonçalves, e até de fumo,
Vieram ao engano, se assim se pode dizer...

Valha-me Deus!!!

Paulo Portas faltou hoje ao Conselho de Ministros. De certeza absoluta. Acabo de saber que o Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros novas regras no domínio da segurança marítima e prevenção da poluição por navios. Ora isto jamais poderia ter acontecido se o determinado Portas lá tivesse estado presente. Toda a gente sabe, foi Portas quem o declarou ao país, que Portugal não precisa disso para nada: Nossa Senhora vela por nós. E se a Sua intervenção evitou que a maré negra do Prestige cá chegasse, isso é prova mais do que suficiente de que nós não precisamos cá de regras, leis ou material de combate à poluição marítima.

Um mundo mais seguro

George W. Bush aprovou um novo programa para o desenvolvimento de armas nucleares. Muito estranho. Mesmo muito. Não estou bem a ver qual a utilidade de os Estados Unidos voltarem a desenvolver armas nucleares (também conhecidas como armas de destruição massiva - onde é que eu já ouvi isto antes?!), ou se calhar até estou... De qualquer modo, ainda não ouvi reacções dos habituais defensores das politicas de George W. Bush (sim, aqueles que aplaudiram de pé todas as decisões, declarações e, genericamente, todos os disparates da administração liderada por Paul Wolfowitz... perdão, George W. Bush). Também acham bem que os Estados Unidos reactivem o seu programa nuclear? Estou mortinho por ouvir os argumentos com os quais nos vão explicar como é que assim o mundo fica mais seguro.

Já agora: certos meios de comunicação social andam para aí a dizer que continuam a morrer cidadãos (militares e agentes secretos, por exemplo) ocidentais no Iraque. Só pode ser desinformção. Uma cabala. Grandes malandros: toda a gente sabe que o mundo é hoje um lugar muito mais seguro. Pelo menos foi o que George W. Bush declarou (pausa para estrondosa salva de aplausos). E nós acreditamos, não é?