terça-feira, março 27, 2007

Jornalismo na desportiva

O jornalismo português, perdão, o "jornalismo" português [*] desceu durante a semana passada a um nível ainda mais baixo do que aquilo que já é normal. A propósito de umas declarações de um jogador belga, os "jornalistas" portugueses clamaram por vingança e exigiram à selecção de futebol que desse uma tareia aos bárbaros lá do norte. O mesmo canal de televisão que na quinta feira à noite deu tempo de antena a um dos homens mais civilizados do mundo do futebol, chamou "meninos covardes" aos selvagens do plano país porque um deles lhes esticou o dedo médio de dentro do autocarro. Os mesmos jornalistas que assobiam para o lado quando as claques organizadas e civilizadíssimas dos principais clubes portugueses insultam, provocam e agridem adeptos adversários, quase acusou o desgraçado jogador belga de incitar ao linchamento em campo de Cristiano Ronaldo. Ninguém se lembrou de procurar uma tradução na íntegra da entrevista do potencial homicida belga, a ninguém ocorreu contextualizar as suas declarações. Eu gostaria de saber exactamente o que disse o belga e em que circunstâncias. É que se me perguntarem como é que é possível parar jogadores como Cristiano Ronaldo, a minha resposta é semelhante à que é atribuida ao belga: só partindo-lhe uma perna. A verdade é que, quando o madeirense está na sua melhor forma não há outro meio de o impedir de jogar. O que não quer dizer que eu ache que lhe devam partir as pernas.

[*] particularmente as televisões e esse exemplo de isenção e imparcialidade que são os "jornais" desportivos.

Direita por linhas tortas

Na segunda feira da semana passada, toda a gente comentava a crise no CDS-PP. Ontem, toda a gente comentava os resultados de um concurso de televisão. A direita portuguesa é, pelo menos às segundas feiras, assunto de conversa nacional.

Escandaloso [ou nem por isso]

Aquela merda era só um concurso, não era?

terça-feira, março 13, 2007

Irrelevâncias televisivas

1. No domingo à noite estreou uma mais um reality show na TVI. Ainda não vi, mas já li umas coisas sobre a coisa. Sem ver, concluo rapidamente que o ser humano, neste caso com origem em Portugal, é capaz de rastejar por uns minutos de fama televisiva.


2. A 2: [ou lá que é] vai voltar a ser RTP2.

3. Ontem à noite no Prós&Contras, da RTP1, discutiu-se o futebol português. "Passei" por lá durante alguns minutos. Os suficientes para ver Octávio Machado, essa incontornável do pontapé na bola de Palmela, fazer o seu habitual número circense. Numa coisa ele acertou: no futebol português manda quem tem dinheiro. Como de resto, no futebol mundial, acrescento eu.

4. Nunca mais esteia por cá a terceira série do Lost...

5. Gosto muito de uma canção dos Beatnigs, depois retomada pelos Disposable Heroes of Hiphprisy, intitulada "Television: The Drug of the Nation".

Viva o gordo Freddy

Na passada sexta feira desloquei-me ao Tramagal, ali para os lados de Abrantes, para ver três concertos de outros tantos projectos portugueses. Dois desses projectos conheço muito bem [U-Clic, vizinhos electro-punk cá da cidade, e M-PeX, one man show de guitarra portuguesa em punho e electrónica em fundo]. O terceiro projecto andava a passar-me ao lado vá-se lá saber porquê. Deram um concerto arrasador, misturando música[s] e filmes e conquistaram mais alguns admiradores, entre os quais me incluo. Os Fat Freddy não são bons. São muito bons. E eu já tinha saudades de descobrir um projecto português tão entusiasmante.

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terça-feira, março 06, 2007

Aventuras na música moderna...

... através da imprescindível Wire. No último número não resisto a destacar o artigo sobre Halim El-Dabh, o músico, musicólogo e professor egípcio que compôs a primeira peça de música electrónica a partir de gravações feitas numa cerimónia ritual, exclusivamente para mulheres, nos anos 40. No Cairo. Uma surpresa para quem pensa que a música electrónica é filha da civilização ocidental.

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