O jornalismo português, perdão, o "jornalismo" português [*] desceu durante a semana passada a um nível ainda mais baixo do que aquilo que já é normal. A propósito de umas declarações de um jogador belga, os "jornalistas" portugueses clamaram por vingança e exigiram à selecção de futebol que desse uma tareia aos bárbaros lá do norte. O mesmo canal de televisão que na quinta feira à noite deu tempo de antena a um dos homens mais civilizados do mundo do futebol, chamou "meninos covardes" aos selvagens do plano país porque um deles lhes esticou o dedo médio de dentro do autocarro. Os mesmos jornalistas que assobiam para o lado quando as claques organizadas e civilizadíssimas dos principais clubes portugueses insultam, provocam e agridem adeptos adversários, quase acusou o desgraçado jogador belga de incitar ao linchamento em campo de Cristiano Ronaldo. Ninguém se lembrou de procurar uma tradução na íntegra da entrevista do potencial homicida belga, a ninguém ocorreu contextualizar as suas declarações. Eu gostaria de saber exactamente o que disse o belga e em que circunstâncias. É que se me perguntarem como é que é possível parar jogadores como Cristiano Ronaldo, a minha resposta é semelhante à que é atribuida ao belga: só partindo-lhe uma perna. A verdade é que, quando o madeirense está na sua melhor forma não há outro meio de o impedir de jogar. O que não quer dizer que eu ache que lhe devam partir as pernas.
[*] particularmente as televisões e esse exemplo de isenção e imparcialidade que são os "jornais" desportivos.
[*] particularmente as televisões e esse exemplo de isenção e imparcialidade que são os "jornais" desportivos.