quinta-feira, setembro 30, 2004

Nostalgia creeps [vol. II] # 1

Heroes

I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing will drive them away
We can beat them, just for one day
We can be Heroes, just for one day

And you, you can be mean
And I, I'll drink all the time
'Cause we're lovers, and that is a fact
Yes we're lovers, and that is that

Though nothing, will keep us together
We could steal time, just for one day
We can be Heroes, for ever and ever
What d'you say?

I, I wish you could swim
Like the dolphins, like dolphins can swim
Though nothing, nothing will keep us together
We can beat them, for ever and ever
Oh we can be Heroes, just for one day

I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing will drive them away
We can be Heroes, just for one day
We can be us, just for one day

I, I can remember (I remember)
Standing, by the wall (by the wall)
And the guns, shot above our heads (over our heads)
And we kissed, as though nothing could fall (nothing could fall)
And the shame, was on the other side
Oh we can beat them, for ever and ever
Then we could be Heroes, just for one day

We can be Heroes
We can be Heroes
We can be Heroes
Just for one day
We can be Heroes

We're nothing, and nothing will help us
Maybe we're lying, then you better not stay
But we could be safer, just for one day

Oh-oh-oh-ohh, oh-oh-oh-ohh, just for one day


David Bowie, in Heroes [RCA 1977]

quarta-feira, setembro 29, 2004

Economia e Finanças

Francisco Louçã, consensualmente tido como um homem inteligente, deve ter começado a sofrer de distúrbios mentais. O senhor queria que o ministro das Finanças, um conhecido benfiquista cujo nome me escapa, fosse à Comissão de Economia e Finanças da Assembleia da República explicar a política do Governo para a Caixa Geral de Depósitos. Numa tão rara quanto inusitada demonstração de bom-senso a maioria PSD/PP recusou o pedido.
«Primeiro foi a reforma de Mira Amaral, depois a nomeação de Celeste Cardona para a Caixa Geral de Depósitos, agora são declarações que dão conta da possibilidade de transferência do fundo de pensões deste banco para o regime geral», disse Louçã e eu pasmo.
Em primeiro lugar, o ministro das Finanças não tem nada que ir seja onde for explicar a política do Governo para a CGD pelo simples facto de que o Governo não tem política nenhuma para a CGD [como não tem para quase nada, aliás]. Era de supor que Louçã já tivesse percebido um facto tão simples quanto esse.
Em segundo lugar, quanto à reforma de Mira Amaral também não vale a pena desperdiçar o tempo do ministro: não há explicação lógica. Amaral foi nomeado para a administração da CGD depois de negociar com o Governo daquele senhor que emigrou para a Bélgica a reforma que iria auferir quando de lá saísse. Entretanto, Amaral demitiu-se e passou a receber uns largos milhares de euros [saidos directamente dos cofres do estado, i.e., dos bolsos dos otários que em Portugal pagam impostos]. Wake up, Louçã!
Em terceiro lugar, a nomeação de Celeste Cardona. [suspiro] Celeste era ministra de uma pasta qualquer no anterior Governo. Com a mudança de Governo deixou de servir como ministra. O actual Governo arranjou-lhe um emprego na CGD. A vida custa a todos e os pobres dos ex-ministros também têm que comer e pagar as mensalidades dos colégios dos filhos. Louçã, welcome to the real world!
Em último lugar, a transferência do fundo de pensões deste banco para o regime geral. Caro, Louçã: ouvi dizer há uns anos que o senhor se tinha licenciado em economia com uma média invejável [e estratosférica]. Não lhe ensinaram nada na faculdade? É que de economia não percebo nada [o que, aliás, desde logo me habilita como potencial ministro ou secretário de estado].
Por tudo isto, está bom de ver que a ida do ministro à tal Comissão seria um desperdício de tempo e, principalmente, de dinheiro, já que os ministros tendem a andar em automóveis com motorista - tudo à conta do orçamento.

terça-feira, setembro 28, 2004

Nostalgia creeps rewind

Ao longo dos últimos meses fui por aqui evocando algumas das minhas memórias musicais. 10, para ser exacto. Hoje encerrei o primeiro volume dessas memórias. Olhando para os 10 temas / artistas seleccionados - casualmente, fragmentariamente ao sabor da memória - não posso deixar de me surpreender com a evolução que os meus gostos musicais foram sofrendo ao longó destes anos. A partir de hoje, sempre casualmente, sempre de modo fragmentado, passarei por outras memórias que, em certo sentido, não me pertencem porque "não estava lá" na altura em que foram publicadas. São como que memórias emprestadas. Pelo meio, em jeito de separador entre dois volumes fica Teen Age Riot dos Sonic Youth, um tema que não ouvia há anos [muitos mesmo...] e que reencontrei há dias.

Teen Age Riot

You're it
No, you're it
Hey, you're really it
You're it
No I mean it, you're it

Say it
Don't spray it
Spirit desire (face me)
Spirit desire (don't displace me)
Spirit desire
We will fall

Miss me
Don't dismiss me

Spirit desire

Spirit desire
We will fall
Spirit desire
We will fall
Spirit desire
We will fall
Spirit desire
We will fall

Everybody's talking 'bout the stormy weather
And what's a man do to but work out whether it's true?
Looking for a man with a focus and a temper
Who can open up a map and see between one and two

Time to get it
Before you let it
Get to you

Here he comes now
Stick to your guns
And let him through

Everybody's coming from the winter vacation
Taking in the sun in a exaltation to you
You come running in on platform shoes
With Marshall stacks
To at least just give us a clue
Ah, here it comes
I know it's someone I knew

Teenage riot in a public station
Gonna fight and tear it up in a hypernation for you

Now I see it
I think I'll leave it out of the way
Now I come near you
And it's not clear why you fade away

Looking for a ride to your secret location
Where the kids are setting up a free-speed nation, for you
Got a foghorn and a drum and a hammer that's rockin'
And a cord and a pedal and a lock, that'll do me for now

It better work out
I hope it works out my way
'Cause it's getting kind of quiet in my city's head
Takes a teen age riot to get me out of bed right now

You better look it
We're gonna shake it
Up to him

He acts the hero
We paint a zero
On his hand

We know it's down
We know it's bound too loose
Everybody's sound is round it
Everybody wants to be proud to choose
So who's to take the blame for the stormy weather
You're never gonna stop all the teenage leather and booze

It's time to go round
A one man showdown
Teach us how to fail

We're off the streets now
And back on the road
On the riot trail


Sonic Youth in Daydream Nation [Enigma / Blast First 1986]

Nostalgia creeps rewind

Bauhaus: She's in Parties [1983]
Joy Divison: Transmission [1979]
Cocteau Twins: Ivo [1984]

Jesus and Mary Chain: Just Like Honey [1985]
Nick Cave & The Bad Seeds: From Her to Eternity [1984]
Siouxsie & The Banshees: Spellbound [1981]
Hüsker Dü: Don't Want To Know If You Are Lonely [1986]

The Smiths: Reel Around the Fountain [1984]
Gang of Four: Damaged Goods [1979]
Nina Hagen: Smack Jack [1982]

Julho - Setembro

Nostalgia creeps # 10

Smack Jack

He just needs a hot shot, you need a hot shot
He just needs a hot shot, you need a hot shot

You are always running out, and you are always running short
Nothing matters anymore
All you want is go and score
No one starts with two a day
But they all seem to end that way

Shoot it up, Smack Jack, shoot it up, Smack Jack
That's a drag with a monkey on your back, Smack Jack
Shoot it up, Smack Jack, shoot it up, Smack Jack
That's a drag with a monkey on your back, Smack Jack
That's a short term solution

He needs a hot shot, etc.

You've never could have thought or guessed
That things could get so far out of hand hahahahaha
I'm gonna see you coming down in a cold sweat running
It's gonna be a different tune that you will soon be humming

Shoot it up, Smack Jack, shoot it up, Smack Jack
That's a drag with a monkey on your back, Smack Jack
Shoot it up, Smack Jack, shoot it up, Smack Jack
That's a drag with a monkey on your back, Smack Jack
That's a short term solution

He just needs a hot shot, you need a hot shot
He just needs a hot shot, you need a hot shot

The devil has got his hooks on you
You are racing his clock
His plastic paradise won't last
you've got a no future and no past
Anyone can see your eyes
'Scuse me hell is full of lies

Shoot it up, Smack Jack, shoot it up, Smack Jack
That's a drag with a monkey on your back, Smack Jack
Shoot it up, Smack Jack, shoot it up, Smack Jack
That's a drag with a monkey on your back, Smack Jack

Please, don't do it no more, no more, no more ...
Junkies are sentimental Junkies are very very sentimental

Smack Ist Dreck, Stop It Oder Verreck!
Nina Hagen, in Nunsexmonkrock [CBS Records 1982]

Comédia à portuguesa

Ultimamente tenho evitado referir-me à vida política portuguesa. Por um motivo muito simples: acho que a "análise" da nossa actualidade política está muito mais bem entregue aos especialistas que por aí andam, nomeadamente, a malta das Produções Fictícias que é responsável pelo Contra-Informação e pelo Inimigo Público... Ao ponto a que a política desceu em Portugal, só mesmo à gargalhada.
Porém, há situações recentes que me suscitam uma raiva tal que já nem as conversas de café ou no local de trabalho apaziguam. O caos criado pelo absurdo concurso de colocação de professores, o desnorte do primeiro-ministro que num dia afirma uma coisa para no seguinte ser sumariamente desmentido [por ele próprio ou por algum ministro] ou a trapalhada em torno do inquérito ao acidente na refinaria da Galp são situações reveladoras da falta de pudor por que se rege a nossa classe dirigente e a sua tremenda incompentência para dirigir os destinos de um Estado civilizado [mimo extensível ao Partido Socialista]. Mas há pior: a recente nomeação de Celeste Cardona para a presidência da Caixa Geral de Depósitos é apenas mais uma gota num oceano de clientelismo e compadrio. Mais ainda: a demissão de Mira Amaral da mesma CGD e a respectiva reforma, que o próprio Bagão Felix classificou de obscena ou qualquer coisa do género. E poderia continuar com o rol de exemplos. Como se não bastasse, hoje soube-se que Mira Amaral só aceitou ir para a CGD depois de ter negociado com o governo anterior a reforma que obteria quando de lá saísse!
Tudo isto seria cómico se não fosse trágico, não nos afectasse a todos e não viesse a ter desastrosas consequências no futuro deste país. Depois admirem-se quando, um destes dias, formações políticas extremistas começarem a ganhar espaço significativo na vida política portuguesa...

sexta-feira, setembro 24, 2004

Talvez foder e traduções livres e gastronomia

Anda para aí uma polémica, e muitas piadas, sobre um livro que a PSP de Viseu não gostou de ver na montra de uma livraria local, terra de bons e sãos costumes. O livro, como já todos sabem, tem por título As Mulheres Não Gostam de Foder [A las mujeres no les gusta follar, no original], o seu autor dá pelo nome de Alvarez Rabo e faz banda-desenhada. Eu não entendo. Não entendo como é que alguém cujo apelido é Rabo ainda não mudou de nome. Ou pelo menos, ainda não arranjou um pseudónimo mais... artístico. Adiante. Também não entendo esta tradução: As Mulheres Não Gostam de Foder?! Sinceramente... Então follar não é o mesmo que folar, aquela espécie de bolo de carne tradicional na Páscoa? Também não entendo o nome da livraria em causa: Polvo?. Eu adoro polvo - então em salada! - mas Polvo?! Isso não seria mais adequado para nome, sei lá, de uma boutique ou de um barbeiro?
A sério. Que se eu quisesse brincar com isto, diria ao Alvarez Rabo que se as mulheres não gostam de foder lá na terra dele, paciência. Que se mude para um país onde as mulheres sejam mais dadas aos prazeres libidinosos da carne [e, já agora, do polvo, porque não?]. Ou, em alternativa, que se vire para os homens. Pode ser que tenha mais sorte.

Nostalgia creeps # 9

Damaged Goods

The change will do you good
I always knew it would
Sometimes I'm thinking that I love you
But I know it's only lust
Your kiss so sweet
Your sweat so sour

Your kiss so sweet
Your sweat so sour
Sometimes I'm thinking that I love you
But I know it's only lust
The sins of the flesh
Are simply sins of lust
Sweat's running down your back
Sweat's running down your neck
Heated couplings in the sun
(Or is that untrue?)
Colder couplings in the night
(Never saw your body)
Your kiss so sweet
Your sweat so sour
Sometimes I'm thinking that I love you
But I know it's only lust
The change will do you good
I always knew it would
You know the change will do you good
You know the change will do you good

Damaged goods
Send them back
I can't work
I can't achieve
Send me back
Open the till
Give me the change
You said would do me good
Refund the cost
You said you're cheap but you're too much
Your kiss so sweet
Your sweat so sour
Sometimes I'm thinking that I love you
But I know it's only lust
The change will do you good
I always knew it would
You know the change will do you good
You know the change will do you good

I'm kissing you goodbye
(Goodbye, goodbye, goodbye, goodbye, goodbye)

Gang of Four in Entertainment [EMI 1979]

Olha, já cá estão!

Mais cedo me queixasse, mais depressa os posts apareciam...

Blogger hates me...

Porque razão os meus posts mais recentes não aparecem na página principal do blog? O Blogger passou-se? É só comigo? Isto assim é como falar para uma parede...

quinta-feira, setembro 23, 2004

O líder da Resistência

Humildemente chamo a atenção para mais um texto do líder da oposição, ou melhor, da resistência aos invasores alíenigenas no Público de hoje. O nome desse corajoso resistente é José Pacheco Pereira, um homem que há meses anda a combater a ameaça extra-terrestre com todos os meios ao seu alcance e praticamente sózinho [assim de momento não estou a ver mais ninguém exceptuando o prof. Marcelo, mas esse não tem um blog nem escreve no Público].

Eles andam aí...

Razão tinha igualmente Fox Mulder dos saudosos X-Files: não só the truth is out there como os extra-terrestres também por aí andam à solta. Só assim se explica a torrente de declarações desconexas de Pedro Santana Lopes nas útlimas semanas. Tudo não passa de uma tremenda conspiração interplanetária para tramar Portugal e o próprio Lopes. Lopes não é Lopes: é um clone produzido por ETs e é esse clone o responsável pelo desnorte do Lopes e do governo. Aliás, Lopes não foi o único a ser clonado pelos alíenigenas. O primeiro foi Durão Barroso e o segundo Jorge Sampaio. Estão a perceber? Clonaram o Barroso que decidiu ir para Bruxelas e clonaram o Sampaio que nomeou Lopes.
Digam o que disserem, esta é a versão que me parece mais lógica para explicar o turbilhão de loucura em que os nossos máximos governantes entraram nos últimos meses. Ou acham que eles enlouqueceram de repente? Impossível. "Eles" andam aí [aliá já John Carpenter achava o mesmo aqui há uns anos].

Dias da Cunha anda a dizer isto há anos!

O sistema. Quem tramou o governo na colocação de professores para actual ano lectivo foi o sistema. Que seja um sistema informático é irrelevante. Foi o sistema, percebem? O Dias da Cunha anda há anos a alertar a nação para os malefícios do sistema mas ninguém lhe dá ouvidos [nem os próprios sportinguistas!]. Afinal o homem tem razão.

terça-feira, setembro 21, 2004

Volta Queiroz, estás perdoado [?]

Raul, Roberto Carlos, Figo, Zidane, Ronaldo, Beckham, Owen... O plantel do Real Madrid parece uma constelação. Já não é de agora, claro. Tem sido essa a política de Florentino Perez desde que tomou conta do clube. O ano passado foi buscar Carlos Queiroz ao Manchester United e no final da época mandou-o embora acusando-o genericamente de ser incompetente. Este ano foi buscar José António Camacho e prometeu o céu aos adeptos. Após três jornadas no campeonato espanhol e uma jornada na Liga dos Campeões, o Real marcou dois golos, ganhou dois jogos e Camacho pediu a demissão e já foi substituido. Será que também ele é incompetente? Ou será que o incompetente é outro? Aposto que ontem Queiroz deve ter soltado uma sonora gargalhada.

Aqui há gato

O solicito Luís Delgado fez um elogio ao Partido Socialista [mais concretamente ao modelo escolhido para a eleição do secretário-geral]... Hum... Será porque daqui a uns dois anitos há eleições legislativas e o omnisciente Delgado acha que Pedro & Paulo podem ser corridos?

segunda-feira, setembro 20, 2004

It's entertainment, stoopid!

Já tem uns dias, mas só agora dei por este texto de Clara Ferreira Alves sobre Madonna. A senhora dona Clara está um bocadito zangada com a agora estudante da Cabala e explica os seus motivos. Até a compreendo, mesmo não sendo eu mulher, mas há ali qualquer coisa que me escapa. Eu sempre pensei que Madonna, ou Esther como agora quer lhe chamem, sempre foi tão somente uma entertainer, com melhores e piores momentos, mas sempre, apenas e só, uma entertainer. Qual libertação da mulher, qual activismo político, qual carapuça. Ah! E nem comento o mau-gosto [e má-educação] do título do texto em questão [Madonna, vai morrer longe].

sábado, setembro 18, 2004

Os verdadeiros heróis do desporto

José Alves, Nuno Alves, Firmino Batista, Susana Barroso, Paulo Coelho, Armando Costa, Graça Fernandes, João Paulo Fernandes, Carlos Ferreira, Fernando Ferreira, Odete Fiuza, José Gameira, Cristina Gonçalves, Nelson Gonçalves, Carlos Lopes, Nelson Lopes, José Carlos Macedo, António Marques, Leila Marques, João Martins, José Monteiro, Maria João Morgado, Mário Parrulas, Augusto Pereira, Carlos Pereira, Fernando de Oliveria Pereira, Gabriel Potra, Pedro Silva, Ricardo Vale,Bruno Valentim, Perpétua Vaza e Nuno Vitorino.
Os heróis portugueses em Atenas.

Os verdadeiros heróis do desporto

Começou ontem a 12ª edição dos Jogos Paralímpicos em Atenas. Para Portugal virão várias medalhas de ouro, prata e bronze, de certeza.
Esperarei pacientemente para ver quantos desses campeões serão condecorados pelo Presidente da República e quantos serão recebidos pelo Primeiro Ministro.
Aqui deixo a minha modesta homenagem a todos os cidadãos com deficiência, portugueses ou não, que se encontram em Atenas e que enfrentam as suas limitações com uma força e determinação que devia envergonhar muitos de nós.
O site oficial dos Jogos Paralímpicos
O portal do cidadão com deficiência

Jornalismo na desportiva [título recorrente e intermitente]

Acabo de ouvir um reporter da RTP1 fazer uma inteligentíssima pergunta ao organizador de um protesto contra as touradas que está a ter lugar em Lisboa. Perguntou o senhor porquê fazer um protesto contra as touradas quando este ano nem se falou muito nisso [em touradas]. É mais um exemplo do fino jornalismo à portuguesa.

sexta-feira, setembro 17, 2004

A capital [ou um post que se calhar devia estar em outro blog...]

Que me perdoem os lisboetas, mas as minhas deslocações à capital são pouco mais que esporádicas. Não é que não goste da cidade. Acontece que o caos lisboeta me dá cabo dos nervos. Ainda assim, quando aí vou acabo sempre por dái voltar com algumas recordações e ontem não foi excepção. Para além do duplo prazer de assitir a um concerto [magnífico] dos Spektrum no Lux, ainda consegui comprar uns disquitos a uns preços nada exagerados para o habitualmente praticado em Portugal. Destaco duas compilações e uma piada. As colectâneas Schaffelfieber 2 da Kompakt e Famous When Dead III da Playhouse ["por acaso" editora dos Spektrum]. Já não novidades mas continuam muito actuais. A piada Powersalves - an electro tribute to Iron Maiden, uma piada provavelmente so perceptível por quem alguma vez gostou dos homenageados [sim, eu já fui um grande fã destes senhores, e?...]. O jantar na Casa do Alentejo também não foi nada mau.

PS: apanhei um táxi no Largo de Camões [conduzido por um brasileiro de pronúncia quase indecifrável] e o motorista perguntou-me, sem se rir, qual era exactamente o limite de velocidade dentro das localidades. Não me pareceu que o senhor estivesse a gozar comigo. Já há algum tempo que tinha a suspeita de que para conduzir um táxi em Portugal não era preciso estar muito familiarizado com pormenores do código da estrada...

quinta-feira, setembro 16, 2004

Enter the... Spektrum!

Hoje à noite os fantásticos Spektrum dão um concerto no Lux, o que é para mim uma dupla boa notícia: ver uma das minhas paixões musicais mais recentes e ir ao Lux. Um duplo prazer. Ontem os Spektrum tocaram no Porto e amanhã parece que tocam em Alcobaça. Por acaso não pude ir ao Porto, a Lisboa vou e a Alcobaça estou tentado. Fanático, eu? Previdente. Sei lá quando é que voltarei a ter a oportunidade de ver esta banda!

Regressos [II]

Segundo o Ministério da Educação, hoje abre oficialmente o ano lectivo, o que só pode ser uma piada de muito mau-gosto. A falta de respeito que estes senhores têm demonstrado pelos alunos, professores e pais não deveria deixar ninguém indiferente. Como é possível que um país dito desenvolvido não seja capaz de proceder em tempo útil à colocação de professores? Como tem o Governo a coragem de pedir motivação e brio profissional a pessoas [pessoas!] que há meses andam a ser desrespeitadas e vilenpendiadas através de um trapalhão processo de colocação? Como tem o Governo coragem de lhes exigir dedicação e trabalho depois de os tratar desta forma? Quem vai ser responsabilizado pelos prejuízos que toda esta situação provocou e vai continuar a provocar?

Regressos

A Assembleia da República regressou ontem aos trabalhos e os senhores deputados lá seguiram alegres e contentes para o Parlamento como os meninos para escola em primeiro dia de aulas. Após as longas férias do Verão, sabe sempre bem reencontrar os amigos, trocar impressões sobre a praia, combinar umas saidas... STOP! Deliro. Claro que não foi nada disto. Até porque os meninos este ano não vão para a escola tão cedo: o Ministério da Educação ainda não conseguiu colocar os professores e hoje a maioria das escolas só vai abrir virtualmente - o que, aliás, me parece apropriado para um país que quer apostar nas novas tecnologias, logo, na realidade virtual. STOP! Eu queria mesmo era falar do regresso ao trabalho da AR e dos nossos [salvo-seja!...] representantes democraticamente eleitos e dos diversos assuntos que por lá foram ontem debatidos: as novas taxas moderadoras, o início do ano lectivo, o aborto, a birra de Álvaro Barreto por causa de um inquérito divulgado por Luís Nobre Guedes, as eleições no PS... STOP! Ai que saudades do debate político à portuguesa...

Questões pertinentes

Em dois dias consecutivos, o sempre pertinente António Barreto levantou algumas questões, no mínimo interessantes: terça-feira sobre a falta de enfermeiros em Portugal e quarta-feira sobre os preços dos telefones e da energia que pagamos por cá. Espero que quando lhe derem as respostas às perguntas que faz, António Barreto tenha a bondade de as partilhar. Eu também gostaria de perceber...

sexta-feira, setembro 10, 2004

Ainda o milagre andaluz

A reportagem mencionada no post abaixo é da autoria de Pedro Almeida Vieira com fotografias de Paulo Barata. Perdoe-se-me o esquecimento. A ambos a minha homenagem. Oxalá alguém com responsabilidades a tenha lido.

Já agora, fica mais um pequeno excerto / sugestão:

«Pelos resultados que a Junta da Andaluzia conseguiu em poucos anos, porque teve coragem e empenho político, talvez valesse a pena contratar um tradutor e começar por copiar a lei e respectivo regulamento de prevenção e luta contra os incêndios andaluzes e acabar com o voluntarismo que se tem traduzido na delapidação da nossa floresta e da outrora bela paisagem portuguesa. Talvez fosse tempo de ver que de Espanha podem não vir bons ventos nem bons casamentos, mas podem surgir bons ensinamentos.»
in Grande Reportagem, 28 de Agosto de 2004

Milagre

Agora que o calor do Verão já parece uma vaga memória e que as últimas cinzas dos incêndios já não pairam no ar, regresso precisamente ao tema dos incêndios que ano após vão destruindo as nossas florestas. Regresso também a uma reportagem da Grande Reportagem sobre a prevenção e combate aos incêndios na Andaluzia. Os andaluzes conseguiram o "milagre" de praticamente acabarem com os incêndios florestais há mais de uma década.

«Aqui bem perto, na vizinha Andaluzia, território com uma dimensão geográfica idêntica à de Portugal continental e com uma área florestal de cerca 4,3 milhões de hectares, há mais de uma década que os incêndios deixaram de ser uma fatalidade. Entre 1995 e 2003, por exemplo, a Andaluzia perdeu menos floresta e mato do que Portugal em 24 horas de alguns dias de Agosto no ano passado. E qual é o segredo dos espanhóis? Simples: prevenção e mais prevenção, profissionalismo dos homens no terreno, rapidez e eficácia na intervenção. E uma gestão exemplar, a uma só voz, das florestas e dos matos que são de todos.»
in Grande Reportagem, 28 de Agosto de 2004

Será que algum dos milhares de assessores de imprensa dos nossos governantes se deu ao trabalho de fazer chegar este trabalho a algum ministro? Duvido.

O terror

Continua o terror. E, fatalmente, há-de continuar. Por isso, a candeia que aqui há dias foi colocada num post neste blog, passa a estar ali ao lado permanentemente. Em memória de todas as vítimas inocentes de todos os actos de crueldade cometidos por ditos seres humanos.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Who am I?!

É raro mas de quando em vez dá-me para fazer estes testes inúteis. Por uma vez gostei do resultado. Yes!
thepixies.jpg
You rule. in 15 years, you won't be as known as you
are now, but most of the people that will know
you then will like you (or else I'll beat them
with a stick). You're nice to listen to.


What band from the 80s are you?
brought to you by Quizilla

terça-feira, setembro 07, 2004

Uma vela em cada blog


Uma iniciativa do Ânimo à qual cheguei via Thomar e Santa Cita. Em memória de todas as vítimas do terrorismo, particularmente dos mortos inocentes de Beslan na Ossétia do Norte.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Nostalgia creeps # 8

Reel Around The Fountain

It's time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old

It's time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old
You made him old

Reel around the fountain
Slap me on the patio
I'll take it now
Oh ...

Fifteen minutes with you
Well, I wouldn't say no
Oh, people said that you were virtually dead
And they were so wrong

Fifteen minutes with you
Oh, well, I wouldn't say no
Oh, people said that you were easily led
And they were half-right
Oh, they ... oh, they were half-right, oh

It's time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old
It's time that the tale were told
Of how you took a childAnd you made him old
You made him old

Oh, reel around the fountain
Slap me on the patio
I'll take it now
Ah ... oh ...

Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn't say no
Oh, people see no worth in you
Oh, but I do.
Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn't say no
Oh, people see no worth in youI do.
Oh, I ... oh, I do
Oh ...

I dreamt about you last night
And I fell out of bed twice
You can pin and mount me like a butterfly
But "take me to the haven of your bed"
Was something that you never said
Two lumps, please
You're the bee's knees
But so am I

Oh, meet me at the fountain
Shove me on the patio
I'll take it slowly
Oh ...

Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn't say no
Oh, people see no worth in you
Oh, but I do.
Fifteen minutes with you
Oh, no, I wouldn't say no
Oh, people see no worth in you
I do.
Oh, I ... I do
Oh, I do
Oh, I do
Oh, I do
__________________________________________________________________________________________
The Smiths, in Hatfull of Hollow [Rough Trade 1984]

quinta-feira, setembro 02, 2004

Mulheres ao mar [e homens a ridiculo e uma dúvida]

Em que é que a presença ou ausência de um «piercing» contribui para a competência profissional seja de quem for?

Mulheres ao mar [e homens a ridiculo]

Continuo a achar espantoso que Luís Delgado escreva o que escreve mantendo sempre o ar sério. Grande admirador de Bush, José Manuel [ Durão, claro] Santana e Portas, este homem continua em plena forma. Aí fica uma pérola da escrita da criatura.


A figura levar-se-à mesmo a sério?

Mulheres ao mar

A propósito do barco da Women on Waves que se encontra ao largo da Figueira da Foz muito tem sido dito e escrito, incluindo inúmeros disparates. O texto abaixo, de Ana Sá Lopes, resume a minha posição sobre o assunto e a reacção do Governo [?] português.

«Siga a Marinha do CDS

O que é mau para o Governo não é necessariamente mau para o CDS. A proibição e a ronda das corvetas cobre o Governo de ridículo, mas contenta o eleitorado específico que Paulo Portas não quer ver fugir para o PSD, que o futuro da coligação não é seguro. Paulo Portas pôs a Marinha de Guerra ao serviço do CDS e foi, como ministro da Defesa, à sede do CDS, num discurso embrulhado com a bandeira do CDS, explicar a decisão do Governo: "O mar territorial não é uma selva"; sem a acção das corvetas neste momento específico, "nenhuma autoridade nacional teria legitimidade para combater o tráfico de droga, a pesca ilegal e a imigração clandestina". O PSD, a parte dele que não se revê neste discurso, fica a ver navios - apanha com o ridículo e é provável que não ganhe nada com isso.
in Público, Quarta-feira, 01 de Setembro de 2004