terça-feira, julho 29, 2003
Portugal a arder!
Em primeiro lugar quero pedir desculpa à excelentíssima Rádio Universidade de Coimbra por usar o título de um seu antigo programa no título deste post. Mas a verdade é que Portugal continua a arder, não só no sentido figurado, mas no sentido literal. Curiosamente, ouvi hoje na TSF que, segundo o governo, este está a ser o ano menos mau em termos de incêndios florestais em Portugal (só me faltava agora, o governo dizer que isso se deve à sua magnífica actuação no âmbito da prevenção!... Deixem-me rir...). Até pode ser verdade, até acredito que seja verdade. Mas a situação continua grave. E mais se torna, quando são mais que sabidas as causas de tantos incêndios (e por favor, não me venham falar em pirómanos...): desde interesses económicos a pressões imobiliárias, desde o péssimo planeamento e ordenamento do território nacional à total incúria e falta de cuidado dos proprietários passando pela falta de meios (e quiçá algum descuido...) das autoridades que deveriam zelar pelas nossas florestas... Enfim, por aqui me fico. Agora, parem de falar em planos, campanhas, medidas a implementar e disparates do mesmo quilate! FAÇAM ALGUMA COISA, PORRA!!! Ou querem que o deserto se estenda desde o norte de África ao norte de Portugal?!
segunda-feira, julho 28, 2003
Casos da vida moderna
Caso Moderna: defesa alega "insuficiência grave e clara" na acusação
Espero sinceramente que o Caso Moderna esteja muito bem documentado porque quando estiver concluído, sabe-se lá quando (!!!), vai servir com toda a certeza para estudiosos de várias áreas estabelecerem um retrato do Portugal... moderno. Trafulhices, tráfico de influências, conluios entre poderes políticos e instituições privadas, gastos de dinheiros em mordomias, luxos e outras "utilidades", etc, etc, etc... Aquilo que retenho, para já, do Caso Moderna, é um grupinho de gente a viver à grande e à francesa sem ter com que pagar as suas contas e, como tal, recorrendo a truques de contabilidade para financiar os seus luxos. Afinal, todo este país - das famílias aos clubes de futebol passando pelo próprio Estado - gosta de se exibir, gastando o que tem e o que não tem, recorrendo ao crédito na esperança que um dia as contas apareçam pagas... Mas quando é que nos começamos a emendar?
P.S.: quem quer apostar que a malta acusada no Caso Moderna se vai safar? Talvez alguém acabe por ser condenado, mas tenho cá um feeling de que a maior parte vai ser declarada inocente, ou pelo menos, não existirão provas suficientes para os condenar...
Espero sinceramente que o Caso Moderna esteja muito bem documentado porque quando estiver concluído, sabe-se lá quando (!!!), vai servir com toda a certeza para estudiosos de várias áreas estabelecerem um retrato do Portugal... moderno. Trafulhices, tráfico de influências, conluios entre poderes políticos e instituições privadas, gastos de dinheiros em mordomias, luxos e outras "utilidades", etc, etc, etc... Aquilo que retenho, para já, do Caso Moderna, é um grupinho de gente a viver à grande e à francesa sem ter com que pagar as suas contas e, como tal, recorrendo a truques de contabilidade para financiar os seus luxos. Afinal, todo este país - das famílias aos clubes de futebol passando pelo próprio Estado - gosta de se exibir, gastando o que tem e o que não tem, recorrendo ao crédito na esperança que um dia as contas apareçam pagas... Mas quando é que nos começamos a emendar?
P.S.: quem quer apostar que a malta acusada no Caso Moderna se vai safar? Talvez alguém acabe por ser condenado, mas tenho cá um feeling de que a maior parte vai ser declarada inocente, ou pelo menos, não existirão provas suficientes para os condenar...
domingo, julho 20, 2003
Segredos e Mentiras
Há um filme, de Mike Leigh, cujo título assenta que nem uma luva no alegado suícidio de David Kelly: Secrets and Lies (Segredos e Mentiras). David Kelly, especialista em armas de destruição massiva e conselheiro de Tony Blair, terá revelado à BBC que o governo britânico havia mentido quanto à questão da existência de armas de destruição massiva no Iraque - o principal argumento de George Bush e Tony Blair (e de um tal Durão Burroso...) para invadir aquele país. Afinal parece que não havia armas assim tão perigosas no Iraque. Pois, afinal o objectivo principal era depor Saddam Hussein e implantar a democracia. Petróleo? Pois, há lá petróleo, mas o importante é libertar o povo iraquiano do opressor. O que é verdade? O que é mentira?
Voltando a David Kelly. Estranhamente, o senhor desaparece e reaparece, sob a forma de cadáver e com os pulsos cortados. Suícidio portanto... Ou talvez não. No meio de tantos segredos e tão evidentes mentiras, parece-me legítimo desconfiar desta tese. Quantos mais segredos? Quantas mais mentiras?
Já agora, e o nosso Primeiro? Sabia que as tais armas não existiam e mentiu-nos? Ou não sabia e foi também ele enganado que nem um patinho pelos seus "amigos"? Em qualquer dos casos, o que vai o Cherne fazer? Contar-nos mais umas histórias de embalar, ou nadar para alto mar?
Há um filme, de Mike Leigh, cujo título assenta que nem uma luva no alegado suícidio de David Kelly: Secrets and Lies (Segredos e Mentiras). David Kelly, especialista em armas de destruição massiva e conselheiro de Tony Blair, terá revelado à BBC que o governo britânico havia mentido quanto à questão da existência de armas de destruição massiva no Iraque - o principal argumento de George Bush e Tony Blair (e de um tal Durão Burroso...) para invadir aquele país. Afinal parece que não havia armas assim tão perigosas no Iraque. Pois, afinal o objectivo principal era depor Saddam Hussein e implantar a democracia. Petróleo? Pois, há lá petróleo, mas o importante é libertar o povo iraquiano do opressor. O que é verdade? O que é mentira?
Voltando a David Kelly. Estranhamente, o senhor desaparece e reaparece, sob a forma de cadáver e com os pulsos cortados. Suícidio portanto... Ou talvez não. No meio de tantos segredos e tão evidentes mentiras, parece-me legítimo desconfiar desta tese. Quantos mais segredos? Quantas mais mentiras?
Já agora, e o nosso Primeiro? Sabia que as tais armas não existiam e mentiu-nos? Ou não sabia e foi também ele enganado que nem um patinho pelos seus "amigos"? Em qualquer dos casos, o que vai o Cherne fazer? Contar-nos mais umas histórias de embalar, ou nadar para alto mar?
quinta-feira, julho 17, 2003
O optimista Primeiro
Ontem à noite, em entrevista transmitida pela RTP e pela TSF, o Primeiro Cherne da Nação voltou a deslumbrar o país com o seu persistente optimismo. O Cherne é de facto um homem de convicções. Um dia meteu-se-lhe na cabeça que havia de chegar a Primeiro Cherne e conseguiu-o (claro que só o conseguiu porque um tal de António, que continua dado como desaparecido pela Policia Judiciária, fugiu de sua casa numa noite de Dezembro...). Depois, mal se tornou no Primeiro Cherne declarou, para grande alegria da população feminina, que "o país estava de tanga" (pessoalmente não me incomoda nada, embora deva confessar que preferia ver a Suécia ou a Noruega ou a Dinamarca de fio dental, sempre são mais desenvolvidas...). Entretanto convenceu-se de que era preciso reformar o país e, vai daí, desatou a lançar pacotes, a tomar medidas, a criar leis e o diabo a sete (por acaso, o que eu acho é que o país precisa de ir para a reforma que já tem mais que idade para isso...). Agora ninguém lhe tira da ideia que o país já está a sair da recessão, que já se começam a ver os grandiosos efeitos da sua esclarecida governação, que, enfim, se vê a luz ao fundo do túnel. Pois. Só espero é que não estejamos numa linha férrea de sentido único e que a luz que se vê não seja a de um qualquer combóio de alta velocidade, vulgo TGV. Em sentido contrário ao nosso.
Ontem à noite, em entrevista transmitida pela RTP e pela TSF, o Primeiro Cherne da Nação voltou a deslumbrar o país com o seu persistente optimismo. O Cherne é de facto um homem de convicções. Um dia meteu-se-lhe na cabeça que havia de chegar a Primeiro Cherne e conseguiu-o (claro que só o conseguiu porque um tal de António, que continua dado como desaparecido pela Policia Judiciária, fugiu de sua casa numa noite de Dezembro...). Depois, mal se tornou no Primeiro Cherne declarou, para grande alegria da população feminina, que "o país estava de tanga" (pessoalmente não me incomoda nada, embora deva confessar que preferia ver a Suécia ou a Noruega ou a Dinamarca de fio dental, sempre são mais desenvolvidas...). Entretanto convenceu-se de que era preciso reformar o país e, vai daí, desatou a lançar pacotes, a tomar medidas, a criar leis e o diabo a sete (por acaso, o que eu acho é que o país precisa de ir para a reforma que já tem mais que idade para isso...). Agora ninguém lhe tira da ideia que o país já está a sair da recessão, que já se começam a ver os grandiosos efeitos da sua esclarecida governação, que, enfim, se vê a luz ao fundo do túnel. Pois. Só espero é que não estejamos numa linha férrea de sentido único e que a luz que se vê não seja a de um qualquer combóio de alta velocidade, vulgo TGV. Em sentido contrário ao nosso.
quarta-feira, julho 16, 2003
As férias da Justiça
Começaram, e de que maneira (!), as férias judiciais em Portugal. Logo pela manhã, ouvimos, na TSF, o Dr. José Miguel Júdice, bastonário da Ordem dos Advogados, advogar (lindo...) penas de prisão para os funcionários judicais que quebrem o famigerado segredo de justiça. Depois lá acrescentou que também achava que se o autor da maldita quebra fosse um advogado, um magistrado do ministério público ou até um juíz, "cadeia com eles! E eu [ele, José Miguel Júdice, claro...] estarei na primeira filar a bater palmas" . Foi o bom e o bonito ao longo do dia... E depois a malta - nós, os cidadãos - ainda se admira de a Justiça, em Portugal, não funcionar! E acha a malta, perdão, o cidadão que a culpa é toda, exclusivamente ou principalmente, dos sucessivos governos que nada fazem para melhorar a situação (ou que quando fazem algo, o fazem pouco e mal...). Depois de tudo o que ouvi ao longo do dia de hoje - e que nem foi muito - já mudei radicalmente de opinião: quando funcionários judiciais, advogados, magistrados do Ministério Público e juízes se tratam como inimigos e trocam acusações e insultos na praça pública, isso só pode significar que esta gente toda se preocupa unicamente com a defesa dos interesses corporativos das respectivas classes profissionais. Começo a achar que se a Justiça em Portugal não funciona, isso se deve ao facto de haver demasiados, digamos, interesses comodamente instalados cujo único objectivo é que nada, no sistema judicial, mude. E todos sabemos, ou devíamos saber, que quando a inércia de todo um sistema se opõe à mudança, não há Ministro, por mais bem-intencionado, que consiga impor as suas ideias ou projectos. Obviamente, quem se lixa é o mexilhão... E já agora, num país em que os processos acumulam toneladas de pó nos tribunais, porque vai a Justiça de férias durante 2 (DOIS) meses? Ou seja, durante 10 (DEZ) meses, fazem de conta que trabalham, nos outros 2 (DOIS!!!) vão de férias... Abençoado país.
Começaram, e de que maneira (!), as férias judiciais em Portugal. Logo pela manhã, ouvimos, na TSF, o Dr. José Miguel Júdice, bastonário da Ordem dos Advogados, advogar (lindo...) penas de prisão para os funcionários judicais que quebrem o famigerado segredo de justiça. Depois lá acrescentou que também achava que se o autor da maldita quebra fosse um advogado, um magistrado do ministério público ou até um juíz, "cadeia com eles! E eu [ele, José Miguel Júdice, claro...] estarei na primeira filar a bater palmas" . Foi o bom e o bonito ao longo do dia... E depois a malta - nós, os cidadãos - ainda se admira de a Justiça, em Portugal, não funcionar! E acha a malta, perdão, o cidadão que a culpa é toda, exclusivamente ou principalmente, dos sucessivos governos que nada fazem para melhorar a situação (ou que quando fazem algo, o fazem pouco e mal...). Depois de tudo o que ouvi ao longo do dia de hoje - e que nem foi muito - já mudei radicalmente de opinião: quando funcionários judiciais, advogados, magistrados do Ministério Público e juízes se tratam como inimigos e trocam acusações e insultos na praça pública, isso só pode significar que esta gente toda se preocupa unicamente com a defesa dos interesses corporativos das respectivas classes profissionais. Começo a achar que se a Justiça em Portugal não funciona, isso se deve ao facto de haver demasiados, digamos, interesses comodamente instalados cujo único objectivo é que nada, no sistema judicial, mude. E todos sabemos, ou devíamos saber, que quando a inércia de todo um sistema se opõe à mudança, não há Ministro, por mais bem-intencionado, que consiga impor as suas ideias ou projectos. Obviamente, quem se lixa é o mexilhão... E já agora, num país em que os processos acumulam toneladas de pó nos tribunais, porque vai a Justiça de férias durante 2 (DOIS) meses? Ou seja, durante 10 (DEZ) meses, fazem de conta que trabalham, nos outros 2 (DOIS!!!) vão de férias... Abençoado país.
terça-feira, julho 15, 2003
A Criação de Municípios
Após um longo período de abstinência bloguística, a Coluna Vertebral volta à carga. Desta vez a propósito do mais que provável veto de Jorge Sampaio à Lei Quadro de Criação de Municípios. Acho que o nosso Presidente, na melhor das hipóteses e com o devido respeito, se está a passar. Então se neste país se pode criar tudo e mais alguma coisa, desde aves a gado bovino passando por espécies exóticas e animais perigosos, porque carga de água não hão-de os nossos deputados dedicar-se à criação de municípios? Pelo menos, enquanto criam os seus municipiozitos estão entretidos e não corremos o risco de que aprovem leis estafúrdias que só podem prejudicar o normal funcionamento do país. Sampaio amigo, deixe lá os nossos eleitos em paz e atarefados na sua criação de municípios. Olhe que lhes podia dar para pior: imagine que eles se lembravam de criar elefantes brancos!?
Adeus Compay e Benny
Há tristes coincidências. Num curtíssimo lapso de tempo, o Mundo e a Música perdem dois dos seus mais talentosos artistas, ambos nascidos em 1907: Compay Segundo e Benny Carter. Um cubano, outro norte-americano. Com estas duas mortes, Carter no Sábado e Segundo no Domingo, não é só a música cubana ou o Jazz que ficam mais pobres, é a própria Música. Adeus.
Após um longo período de abstinência bloguística, a Coluna Vertebral volta à carga. Desta vez a propósito do mais que provável veto de Jorge Sampaio à Lei Quadro de Criação de Municípios. Acho que o nosso Presidente, na melhor das hipóteses e com o devido respeito, se está a passar. Então se neste país se pode criar tudo e mais alguma coisa, desde aves a gado bovino passando por espécies exóticas e animais perigosos, porque carga de água não hão-de os nossos deputados dedicar-se à criação de municípios? Pelo menos, enquanto criam os seus municipiozitos estão entretidos e não corremos o risco de que aprovem leis estafúrdias que só podem prejudicar o normal funcionamento do país. Sampaio amigo, deixe lá os nossos eleitos em paz e atarefados na sua criação de municípios. Olhe que lhes podia dar para pior: imagine que eles se lembravam de criar elefantes brancos!?
Adeus Compay e Benny
Há tristes coincidências. Num curtíssimo lapso de tempo, o Mundo e a Música perdem dois dos seus mais talentosos artistas, ambos nascidos em 1907: Compay Segundo e Benny Carter. Um cubano, outro norte-americano. Com estas duas mortes, Carter no Sábado e Segundo no Domingo, não é só a música cubana ou o Jazz que ficam mais pobres, é a própria Música. Adeus.
sábado, julho 05, 2003
Quase 860 anos depois
Depois de um qualquer castelhano ter ontem invadido este blog, hoje acordei muito mal disposto. Nem foi por causa do post que o tipo cá deixou, isso ainda é o menos. Acontece que, sabe D. Afonso Henriques porquê, acordei a pensar que Portugal vai fazer este ano 860 - oitocentos e sessenta - anos! É obra, caramba! Uma péssima obra, é certo, mas é obra. Temos um Estado ineficaz, gerido por incompetentes cujo único mérito é possuirem um cartão partidário (do PSD ou do PS, de preferência, e até já ouvi dizer que há uns quantos que têm ambos os cartões, pelo sim pelo não que isto da alternância democrática levanta graves problemas...). Temos um sistema de Saúde minado por múltiplas doenças terminais. Temos um sistema de Justiça emperrado e atulhado em milhões de processos e toneladas de papel. Temos um sistema Educativo que produz alguns dos analfabetos com mais habilitações literárias do planeta (sei de jovens que concluem o 9º ano de escolaridade a saber soletrar e contar até dez pelos dedos das mãos). Temos um tecido empresarial todo roto e cheio de traça. Temos uma Administração Pública que, obviamente, não consegue administrar nada disto. Qual é a solução? Reformas estruturais? Esqueçam! Está mais que provada a nossa genética incapacidade para as reformas. Pedir mais fundos comunitários? Nem pensar! Acham que a malta da UE é parva e que vai continuar a enterrar dinheiro em Porugal? Emigrar? É uma hipótese, mas pouco viável - o que está in actualmente são os imigrantes de leste. Desesperar? Suicídio colectivo? Nada disso. Eu - sim, eu - tenho a solução. Se em 859 anos a única coisa que conseguimos foi construir este país que temos, o melhor é reconhecer que fracassámos miseravelmente e entregar isto a quem realmente sabe o que é construir um país. Entreguemos a Agricultura e Pescas aos Espanhóis; ofereça-se a Indústria (a pouca que existe...) aos Japoneses; convidemos o Suecos (ou os Dinamarqueses ou os Finlandeses ou os Noruegueses) para gerir a Segurança Social; chamemos os Alemães para administrar o Estado; que venham os Holandeses para tomar conta da Justiça. E que fazer com os Portugueses? Isso não sei. Mas alguma se há-de arranjar. Sei lá, podíamos passar a ser Espanhóis!
Depois de um qualquer castelhano ter ontem invadido este blog, hoje acordei muito mal disposto. Nem foi por causa do post que o tipo cá deixou, isso ainda é o menos. Acontece que, sabe D. Afonso Henriques porquê, acordei a pensar que Portugal vai fazer este ano 860 - oitocentos e sessenta - anos! É obra, caramba! Uma péssima obra, é certo, mas é obra. Temos um Estado ineficaz, gerido por incompetentes cujo único mérito é possuirem um cartão partidário (do PSD ou do PS, de preferência, e até já ouvi dizer que há uns quantos que têm ambos os cartões, pelo sim pelo não que isto da alternância democrática levanta graves problemas...). Temos um sistema de Saúde minado por múltiplas doenças terminais. Temos um sistema de Justiça emperrado e atulhado em milhões de processos e toneladas de papel. Temos um sistema Educativo que produz alguns dos analfabetos com mais habilitações literárias do planeta (sei de jovens que concluem o 9º ano de escolaridade a saber soletrar e contar até dez pelos dedos das mãos). Temos um tecido empresarial todo roto e cheio de traça. Temos uma Administração Pública que, obviamente, não consegue administrar nada disto. Qual é a solução? Reformas estruturais? Esqueçam! Está mais que provada a nossa genética incapacidade para as reformas. Pedir mais fundos comunitários? Nem pensar! Acham que a malta da UE é parva e que vai continuar a enterrar dinheiro em Porugal? Emigrar? É uma hipótese, mas pouco viável - o que está in actualmente são os imigrantes de leste. Desesperar? Suicídio colectivo? Nada disso. Eu - sim, eu - tenho a solução. Se em 859 anos a única coisa que conseguimos foi construir este país que temos, o melhor é reconhecer que fracassámos miseravelmente e entregar isto a quem realmente sabe o que é construir um país. Entreguemos a Agricultura e Pescas aos Espanhóis; ofereça-se a Indústria (a pouca que existe...) aos Japoneses; convidemos o Suecos (ou os Dinamarqueses ou os Finlandeses ou os Noruegueses) para gerir a Segurança Social; chamemos os Alemães para administrar o Estado; que venham os Holandeses para tomar conta da Justiça. E que fazer com os Portugueses? Isso não sei. Mas alguma se há-de arranjar. Sei lá, podíamos passar a ser Espanhóis!
sexta-feira, julho 04, 2003
El estado de la nacion
Coño! La nacion se queda muy bien, gracias! Mejor que nuestros hermanos, los franceses... La Liga de Fútbol de nosotros es solamiente la mejor del mundo, con los mejores jugadores (y ahora mas una estrella, David Beckham, que lo ficho el Real Madrid); la economia se mueve a pesar de la parte sud de la província Galicia-Portugal no se encontrar muy bien; el turismo se queda muy bien tambien (y mismo el Algarve no se queda muy mal esse año...); la ETA ha acalmado; y etc, y etc, y etc... Y viva España!
Coño! La nacion se queda muy bien, gracias! Mejor que nuestros hermanos, los franceses... La Liga de Fútbol de nosotros es solamiente la mejor del mundo, con los mejores jugadores (y ahora mas una estrella, David Beckham, que lo ficho el Real Madrid); la economia se mueve a pesar de la parte sud de la província Galicia-Portugal no se encontrar muy bien; el turismo se queda muy bien tambien (y mismo el Algarve no se queda muy mal esse año...); la ETA ha acalmado; y etc, y etc, y etc... Y viva España!
quarta-feira, julho 02, 2003
Uma agulha no palheiro
Resolvi fazer no site de um dos mais importantes jornais do mundo (o palheiro), The New York Times, uma pequena busca. Introduzi simplesmente a palavra "Portugal" (a agulha) no motor de busca desse site, seleccionando a opção "noticias da última semana". Os resultados foram avassaladores... Uma tristeza: aparece um artigo sobre a ida de David Beckham para o Real Madrid (por portas travessas, lá deve haver uma menção a uns tais de Luís Figo e Carlos Queiroz, que, consta, são empregados do clube de Madrid); outro intitulado "With Capital In Hand, Spain Revisits Its Empire" (a relação com Portugal deve ter que ver com o facto de os nossos vizinhos estarem a usar o seu "Capital" para reconquistar aquilo que perderam em 1640...); mais dois artigos sobre a reforma da PAC (um dos quais dá o resultado da votação: 14 - 1 a favor da reforma, adivinhem quem votou contra...); e finalmente uma peça sobre um (ou uma...) indiano(a) produtor(a) de vinho (!). Ah! Na página de resultados ainda aparecem três sponsored links, estes sim todos relaccionados com Portugal (Portugal Travel Portal, Learn Portuguese in 3 hrs e Flights to Portugal). Vão lá e vejam com os vossos próprios olhos. Aqui fica o link: http://query.nytimes.com/search/query?srcht=s&srchst=&query=portugal&date_select=site1week&submit.x=12&submit.y=10.
Deve ser este o tão querido protagonismo que, segundo os nossos governantes, Portugal tem vindo a assumir a nível da Politica Internacional...
Resolvi fazer no site de um dos mais importantes jornais do mundo (o palheiro), The New York Times, uma pequena busca. Introduzi simplesmente a palavra "Portugal" (a agulha) no motor de busca desse site, seleccionando a opção "noticias da última semana". Os resultados foram avassaladores... Uma tristeza: aparece um artigo sobre a ida de David Beckham para o Real Madrid (por portas travessas, lá deve haver uma menção a uns tais de Luís Figo e Carlos Queiroz, que, consta, são empregados do clube de Madrid); outro intitulado "With Capital In Hand, Spain Revisits Its Empire" (a relação com Portugal deve ter que ver com o facto de os nossos vizinhos estarem a usar o seu "Capital" para reconquistar aquilo que perderam em 1640...); mais dois artigos sobre a reforma da PAC (um dos quais dá o resultado da votação: 14 - 1 a favor da reforma, adivinhem quem votou contra...); e finalmente uma peça sobre um (ou uma...) indiano(a) produtor(a) de vinho (!). Ah! Na página de resultados ainda aparecem três sponsored links, estes sim todos relaccionados com Portugal (Portugal Travel Portal, Learn Portuguese in 3 hrs e Flights to Portugal). Vão lá e vejam com os vossos próprios olhos. Aqui fica o link: http://query.nytimes.com/search/query?srcht=s&srchst=&query=portugal&date_select=site1week&submit.x=12&submit.y=10.
Deve ser este o tão querido protagonismo que, segundo os nossos governantes, Portugal tem vindo a assumir a nível da Politica Internacional...
Uma semana depois, regresso a este blog e só para dizer que não me apetece dizer nada... Não me tem apetecido dizer mal de Portugal. E não é que faltem motivos - as trapalhadas na área da cultura e em especial na Casa da Musica do Porto, as confusões com a Casa do Douro, a reforma da PAC, os novos concelhos, a habitual falta de dinheiro no Benfica, etc, etc, etc... E o tempo - esse cruel ditador de que passamos a vida a fugir - também não tem sobrado... Enfim... Talvez daqui a uns dias haja outros motivos para a escrita, ou talvez não. Que se lixe! Quando me apetecer regresso. Até já. Por enquanto, vou-me dedicar à leitura...
Subscrever:
Mensagens (Atom)